sábado, 25 de junho de 2011

Letra Cursiva na Educação Infantil

[...] o que realmente importa é que seja feito um trabalho que desperte na criança o desejo de escritar letra cursiva e, quando ela se sentir preparada busque e o professor a ajude a entender como se grafa cada uma delas. (HÉLIO SCHWARTSMAN)

           A forma de grafar as letras passou a ser um impasse desde que as Teorias de Aprendizagem começaram a ser discutidas amplamente nas escolas. A definição da concepção teórica de uma escola implica diretamente na postura que se espera dos educadores que ali atuam. Na escola infantil nem sempre esta teoria condiz com as práticas reias de sala de aula.
           Um dos pontos que acentuam tal divergência está na forma de ensino da linguagem oral e escrita. Dentre tantas questões, hoje apresento: a letra cursiva. Muitas práticas infantis ainda se pautam no treino do traçado da letra cursiva como forma de se ensinar a escrita, até mesmo pela comodidade em se repetir uma mesma prática já conhecida e a busca de agradar aos pais.
          As implicações pedagógicas de repetições da transposição de práticas do Ensino Fundamental para a Educação Infantil e suas respectivas metodologias nem sempre são analisadas pelos professores das crianças pequenas. Nem tão pouco se fala em como propiciar a discussão com os pais sobre tal fato ou estabelecer práticas de compreensão dos usos sociais da letra cursiva, no entanto, é necessário repensarmos algumas posturas.
          A letra cursiva tão conclamada em algumas escolas se difere de outros tipos equivalente e em alguns contextos são priorizadas, porém as letras de imprensas (ou palitos) propiciam melhor visibilidade do que é escrito o que facilita a aprendizagem, ou seja, a melhor compreensão da escrita enquanto ato de comunicação social.
          As crianças maiores, amam aprender a "letra de mão" e, por isso, a escola não precisa se preocupar tanto com o seu treino e, digo: o treino pelo treino, sem atividades significativas. Aprender a traçar a letra cursiva não garante a aprendizagem da escrita, nem tão pouco forma o leitor.
          Letra cursiva e palito podem coexistir por um tempo, até que a criança domine a escrita. Não deve-se elevar uma em detrimento da outra ou tão pouco forçar as crianças com treinos, repetições sem sentidos.

Para visualizar letras cursivas:
O professor também precisa saber grafar corretamenta as letras cursivas, para isso, indico o vídeo: Alfabetizar: alfabeto com letra cursiva, In: http://www.youtube.com/watch?v=e8_0fQwE2ro.

Curiosidade:

Souza Lima, entretanto, lança dois alertas. O tempo dedicado a tarefas complementares como a cópia de textos e exercícios de caligrafia não deve exceder 15% da carga horária. No Brasil, frequentemente, elas ocupam bem mais do que isso.
Ainda mais importante, não se deve antecipar o processo de ensino da escrita. Se se exigir da criança que comece a escrever antes de ela ter a maturidade cognitiva e motora necessárias (que costumam surgir em torno dos sete anos) o resultado tende a ser frustração, o que pode comprometer o sucesso escolar no futuro.

Referência:
SCHARTSMAN, Hélio. Ensino da letra cursiva para crianças em alfabetização divide a opinião de educadores. 17 mai. 2010. Disponível em: .

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