segunda-feira, 6 de junho de 2011

Planejamento na Educação Infantil

                "Para mim, elaborar um “planejamento bem planejado” no espaço da educação infantil significa entrar na relação com as crianças (e não com os alunos!), mergulhar na aventura em busca do desconhecido, construir a identidade de grupo junto com as crianças."
(Luciana Esmeralda Osteto)

          Planejar é intrínsico ao homem, mas no trabalho ele requer técnica e muita disponibilidade para prever, agir e avaliar o previsto e realizado. Exige reflexão e pressupõe flexibilidade. Na Educação Infantil o planejamento (no âmbito da sala de aula), ou seja, o Plano de Aula requer muita perspicácia e conhecimento do educador. É preciso conhecer as teorias que versam sobre o desenvolvimento infantil. Reconhecer e ouvir a criança. Saber que apesar de pequenina ela tem conhecimento de mundo, vive num contexto social e cultural e, são estes elementos importantes a serem considerados.
          É necessário pensar na criança real (deixando de lado a ideal), nos objetivos e metas da educação infantil, na curiosidade infantil, nos eixos a serem trabalhados e no tipo de homem que se deseja formar, se atentar para cada detalhe, já que a criança esta num momento de efervescência no que diz respeito ao seu desenvolvimento pessoal e social; e as atitudes e posturas serão facilmente por elas internalizadas, por isso o conteúdo abordado tem que versar sobre a tríade: conceito, atitude e procedimento. É mister ter cuidado, por que as atitudes por mais simples que sejam contribuirão ou não para um crescimento saudável.
          Analisar cada situação, assim como pensar nos por menores ajuda o educador a escolher a melhor técnica, procedimento ou recurso para trabalhar os conteúdos a serem aprendidos. Delimitando pontos para trabalhar.
          Na educação formal as turmas de creches e pré-escolas precisam ser vistas com a mesma seriedade, e ser-lhes diespensado o mesmo cuidado. As especificidades devem ser respeitadas, já que cada idade tem necessidades próprias. Tanto as crianças maiores (4 a 6 anos), quanto as menores (0 a 3 anos) estão lá para serem cuidadas e educadas e isso exige recursos e procedimentos adequados, que contemplam os objetivos propostos para cada uma delas. Diz-se isso por que muitas vezes a prática do planejamento se destina as crianças maiores, pertencentes a pré-escola:
[...] ao tratarmos dos bebês não poderemos falar de “assunto” a ser estudado, a menos que falemos de uma caricatura de assunto, muito embora em diferentes situações e atividades previstas, os bebês estarão construindo conhecimento de si e do mundo. Não aquele conhecimento identificado como conteúdo, como assunto, como tema, aspectos comumente circunscritos às áreas de conhecimento classificadas como pertencentes ao âmbito escolar. (OSTETTO, 2011)
          Com os bebês é interessante o trabalho com Projetos "Um projeto nada mais é que uma pesquisa, ou, de forma mais abrangente, uma investigação que deve ser desenvolvida em profundidade sobre um tema ou sobre um tópico que se acredita importante conhecer." (ANTUNES, 2004, p. 125), a qual se opõe a aula expositiva, exclui a postura passiva do aluno e dá vasão aos questionamentos infantis. Uma vez que na creche a atividade educativa perpassa os momentos de aplicação das atividades pedagógicas e também acontece no contato do adulto com a criança nos diferentes momentos, espaços e tempo.
Assim, mais do que conteúdos da matemática, da língua portuguesa e das ciências, o planejamento na educação infantil é essencialmente linguagem, formas de expressão e leitura do mundo que nos rodeia e que nos causa espanto e paixão por desvendá-lo, formulando perguntas e convivendo com a dúvida. [...] (OSTETTO, 2011).
          Planejar para a criança pequena, seja ela as maiores ou menores, exige conhecê-las, assim como saber que além dos conteúdos formais ela aprenderá com nossos hábitos. As atitudes em muitos casos serão copiadas e a relação afetiva elemento de facilitação da aprendizagem. Para esta fase o ensino não está pautado em atividade pré-elaboradas, mas sim na observação, no diálogo e na busca de respostas das questões que perpetuam o pensamento e a curiosidade infantil.
O objetivo principal do planejamento é possibilitar um trabalho mais significativo e transformador na sala de aula, na escola e na sociedade. O plano escrito é o produto deste processo de reflexão e decisão. Não deve ser feito por uma exigência burocrática, mas, ao contrário, deve corresponder a um projeto-compromisso do professor, tendo, pois, suas marcas. (SCMITT; BERNER; RAUSCH, 2006, p. 11)
          Não deve ser entendido como um formulário a ser preenchido e nem tão pouco como algo burocrático sem valor pedagógico. "A finalidade do plano é criar e organizar o trabalho. Para tanto, deve ser: objetivo, verdadeiro, crítico e comprometido." (VASCONCELLOS, 1995, p. 60).
          Para um trabalho de qualidade com os alunos da pré-escola é preciso que no ato da elaboração da Rotina o professor contemple as quatros modalidades organizativas: 
  • Atividades Permanentes;
  • Atividades Ocasionais;
  • Projetos, e;
  • Sequências Didáticas.
         Cada ato, no ensino infantil, deve estar implícito de ludicidade. O planejamento deve ir além da hora da atividade. Os jogos, brinquedos e brincadeiras devem fazer-se presente e permanente na Rotina. Os ensinamentos devem partir de explorações, experimentações, da curiosidade infantil. As atividades devem ter significado e estarem pautadas na bisbilhotice e realidade dos pequeninos.
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Os Erros Mais Comuns
Não participar da rotina de cuidados.
Além de planejar as atividades pedagógicas, é preciso também programar os momentos de banho, trocas, alimentação e sono das crianças e participar deles. Isso é essencial para o desenvolvimento de vínculos.

Adjetivar as crianças nas conversas com os pais.
Dizer a eles que a criança é muito bagunceira ou briguenta pode levar a conceitos equivocados e rotulá-la no grupo e na família. É necessário lembrar que, nessa faixa etária, as mordidas e o choro também são maneiras de se comunicar com o mundo.

Programar a rotina com base nas necessidades dos adultos e não das crianças.
Ao montar atividades com brincadeiras, por exemplo, é importante observar a medida correta para não excitar demais a criança e levá-la ao cansaço. Também não vale deixá-la dormindo o dia todo. O ideal é observar suas características pessoais e, com base nisso, rever o planejamento.
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EM CONSTRUÇÃO!!!

Referências:

ANTUNES, Celso. Educação Infantil: prioridade imprescindível. 2. ed. Petrópoli, RJ: Vozes, 2004.

OSTETTO, Luciana Esmeralda. Planejamento na Educação Infantil: mais que a atividade, a criança em foco. Disponível em: http://www.komarca.com.br/diariodacreche/planejamento_na_educ.htm.

SCMITT, Adriana; BERNER, Fabiana F.C. RAUSCH, Rita BUZZI. Registro do planejamento na Educação Infantil. UNIrevista. vol. 1, n° 2: abr. 2006. Disponível em: .

BIBIANO, Bianca. Na rotina planejada, o espaço para aprender. http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/0-a-3-anos/rotina-planejada-espaco-aprender-629267.shtml?page=0.

Para saber mais, leia:

NAKAHATA, Erika. Quando e Onde? Guia Prático para Professoras da Educação Infantil. Jan. 2008. ano 5. nº 60. p. 13-14.

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